CELSO NAPOLITANO, PRESIDENTE DO SINPROSP E DA FEPESP, EXPÕE A VERDADE SOBRE O REAJUSTE DOS PROFESSORES DO SESI-SP

Por: Dimas Valgas
29/03/2025

Os professores e professoras do Sesi-SP seguem mobilizados em defesa de melhores condições salariais e trabalhistas. Em resposta ao vídeo de animação divulgado pela instituição para os docentes de todo o estado de São Paulo, Celso Napolitano, Presidente do SinproSP e da Fepesp, gravou um vídeo contestando a versão apresentada pelo Sesi. Segundo ele, as melhorias citadas não são concessões da gestão, mas sim fruto da intensa pressão e das negociações sindicais conduzidas pela categoria.

No vídeo do Sesi, a instituição afirma ter oferecido um reajuste salarial de 5,20%, proposta que foi recusada em Assembleia. No entanto, Celso Napolitano esclarece que essa porcentagem corresponde apenas à reposição da inflação, que foi de 4,87%, resultando em um aumento real de apenas 0,33%. Esse percentual é considerado insuficiente e evidencia a falta de valorização dos docentes, que reivindicam reajustes mais justos e compatíveis com a realidade econômica do país.

Outro ponto abordado é o reajuste do vale-alimentação e do vale-refeição. O Sesi alega que esses benefícios foram majorados acima da inflação, mas Celso Napolitano destaca que essa melhoria só ocorreu após forte mobilização dos professores. A proposta inicial da instituição previa um reajuste abaixo da inflação, de 4,67%, sendo revista apenas depois de manifestações e negociações intensas da categoria.

VOCÊ PODE CONFERIR O VIDEO NA INTEGRA CLICANCO AQUI

A ampliação do auxílio-creche para 18 meses também foi apresentada pelo Sesi como uma conquista. No entanto, Napolitano ressalta que a reivindicação original incluía a possibilidade de utilizar o benefício para remunerar um parente ou uma babá, algo que foi recusado pela instituição, limitando a real efetividade da medida.

A inclusão de filhos solteiros neuroatípicos acima de 21 anos como dependentes é outra medida apontada pelo Sesi como um avanço. Porém, Celso Napolitano lembra que essa era uma reivindicação do ano passado, inicialmente recusada pela instituição e conquistada apenas após 11 rodadas de negociação.

Outro ponto sensível para os docentes é a política salarial adotada pelo Sesi desde 2017, que resultou em uma desvalorização dos professores ingressantes. A gestão estabeleceu diferentes faixas salariais para docentes com a mesma qualificação e exercendo as mesmas funções, gerando desigualdades dentro da categoria. O realinhamento de 11% concedido a cerca de 60% dos professores não foi suficiente para eliminar essas disparidades e só ocorreu como resposta à crescente evasão de docentes insatisfeitos com os baixos vencimentos.

A falta de compromisso com a implementação de um plano de carreira também preocupa a categoria. Apesar de mencioná-lo no vídeo, o Sesi não incluiu essa garantia no acordo coletivo, recusando-se a firmar um compromisso concreto com o desenvolvimento profissional dos docentes.

Celso Napolitano reforça que os benefícios listados no vídeo do Sesi não são concessões da gestão, mas sim conquistas obtidas por meio da luta e mobilização dos professores. A categoria reafirma seu compromisso com a verdade e a transparência, garantindo que todas as decisões tomadas nas Assembleias resultaram de ampla discussão e engajamento dos docentes.

Diante desse cenário, a mobilização dos professores e professoras do Sesi continua, com a convicção de que apenas por meio da união e da pressão será possível avançar em direção a uma educação mais justa e valorizada.

 

 

Dimas Valgas